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segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Servidor Público?

   Voltava pra casa pela Azenha, eram pouco mais de 18h e o sinal amarelou ali onde confluem José de Alencar e Carlos Barbosa. Optei por parar no sinal que fechava, quando notei que, atrás do poste na calçada, escondia-se um azulzinho com um bloco de notas e uma caneta na mão. Além de não prestar qualquer serviço a quem paga o seu salário, o fiscal de trânsito ao abrir a passagem de um dos 3 tempos do semáforo, correu para o poste em frente à faixa de pedestres e apertou repetidas vezes o botão para avermelhar o sinal, parar o trânsito ainda mais na hora do “rush” e poder canetear ainda mais gente que, ao contrário de mim, não páram ou tentam aproveitar aquele átimo entre o amarelo e o vermelho.
   Ninguém na minha cidade -fora quem fatura com isso- gosta dos fiscais da EPTC. Elementos sustentados pela população para nos achacar e que não prestam qualquer serviço à comunidade. Que ainda por cima se acham no direito de complicar ainda mais o trânsito, em sua hora mais difícil e congestionada, para poderem aplicar mais multas.


   Estamos em período eleitoral e tem um candidato aí que diz com todas as letras: “vou demitir toda a diretoria da EPTC se eleito for e essa política do achaque ao pagador de impostos vai terminar e que os fiscais passarão a atender à população”. Pra mim me serve

segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Lar doce lar

   Vida de jornalista é a confirmação do adágio: “de tédio não se morre”.  Assim foram meus 45 dias recentes, onde algo em torno de 7.500km passaram sob meus pés, numa intensidade de Cataratas do Iguaçu em dia de cheia. Acordando antes das galinhas e sem horário pra ir dormir; aproveitando para comer como se fosse a derradeira refeição sempre que houve a oportunidade, pois não se sabe quando terá tempo para a outra. Dormindo em lugares que nem sempre pode-se recomendar, tomando banho onde a água quente torna-se fria no momento em que se está ensaboado. Uma alegria sem par.

   E por que fazemos isso? Porque está no sangue. Paulo Francis dizia que jornalismo não é profissão, é carreira. Segue quem tem o que é necessário pra encarar a missão e ainda gostar disso. Chega-se ao fim da missão com a saúde fragilizada, com dores pelo corpo, fora do peso e chutando lata, mas satisfeito. Sim satisfeito porque conseguiu dar o melhor de si dentro das possibilidades apresentadas. 

   Aí o jornalista volta pra casa. Consegue, finalmente após uma eternidade, usar a própria chave para abrir a porta do reduto onde será sua posada. Agradece porque ainda tem luz, internet e chuveiro quente, arranca da cama a roupa que estava lá cheia de poeira e coloca uma limpa, bebe uma dose da sua bebida favorita e, antes de desmaiar comenta consigo mesmo: LAR DOCE LAR! 


Mesmo quem leva uma vida desimpedida têm algum tipo de raiz

domingo, 7 de agosto de 2016

Pra divertir é fundamental distrair

  Em momentos terminais como os que vivemos e com o acesso pleno favorecido pelas mídias sociais, parece que todos têm opinião e, pior, que precisam compartilhar o que acham que pensam. Em primeiro lugar, não é verdade que todos tenham opinião: a maioria apenas repete algo que ouviu falar, ou leu por aí. Logo, nesse caso a opinião não é sua, mas de outrem. Em segundo lugar, não é obrigatório sair por aí dando “sua” opinião sobre tudo. Ok, se lhe pedirem, contribua, mas caso não haja requisição, aguarde o momento adequado, ou simplesmente guarde. Para si.

  A febre mundial do momento é um brinquedo. Um jogo eletrônico que se joga e compartilha “online”, chamado “Pokemon Go”. Quando eu era criança, entre as coisas que mais gostava de ganhar como presente eram os jogos. Pelo simples fato que um jogo se joga com alguém. Seu uso se trata de um momento para compartilhar alegrias, regras, astúcias e risadas. Momentos lúdicos, entende? Nada além disso.

  Fica difícil entender porque tanta gente parece compreender importante negar o tal brinquedo. Como se essa negação fosse arranhar o sucesso que o jogo faz, mundo afora. Não gosta de Pokemon Go? Não baixa o app, não joga. Simples assim. Quem tá preocupado com sua opinião sobre o brinquedo?

  Ah, em tempo: é um passatempo divertidíssimo e que realmente distrai. Por isso tantas notícias de gente que se deu mal em função da distração. Tipo ontem no super mercado, eu puxei o celular para pedir carga no número de um dos filhos e, quando a caixa me viu com o cel em punho perguntou se eu estava caçando dragãozinho? Eu perguntei a que horas ele saía, ela riu muito e comentou que tinha muita gente caçando Pokémons ali. Liguei o app imediatamente e tinha uma cobra cascavel roxa chamada Ekan bem no colo da guria. A empacotadora fez aquela cara de nojo dos que negam a possibilidade do brinquedo ser divertido, torceu o nariz, mas eu mostrei a ela que realmente tinha uma cobra no colo da colega e ela começou a dar risadas. Mostrei a ela como se captura o monstrinho e ela ficou completamente distraída -esse é o intuito da diversão. Quando olhei para o meu carrinho, tinha o dobro de compras do que eu havia adquirido. A empacotadora ficou tão distraída que colocou as compras do próximo cliente no meu carrinho. O dono dos produtos, atrás de mim, de braços cruzados, dando risada da situação comentando que o jogo era mesmo perigoso. Todos rindo. É isso, apenas um brinquedo que distrai a gente. Tanto que acabei esquecendo de por os créditos no celular do caçula. Foi mal aí, filho…

terça-feira, 19 de julho de 2016

Pode bloquear a ferramenta; a nova geração NÃO depende de autorização

Como ouvinte inveterado de rádio, amanheço ouvindo os colegas transmitindo notícias e dando opiniões. Faz alguns dias que ouço os caros colegas balbuciarem relatos e opiniões sobre algo que não têm a menor ideia do que seja, ou como funciona. Especialmente esta semana as vozes do rádio entenderam que existe uma nova febre mundial chamada Pokemon Go. Tentam explicar o que não entendem, tentam criar conceito sobre o que não conhecem e, pior, tentam alertar para os males de algo que nem imaginam o que seja: um brinquedo.

OK, é um brinquedo virtual, mas não passa de um brinquedo, tanto que é um lançamento da Nintendo, a maior indústria de brinquedos do mundo. Lembro de uma vez, quando eu morava em San Francisco no século 20, quando me dirigi a uma loja de instrumentos musicais num sábado, quando acontecem as liquidações, pedindo uma bateria eletrônica que eu tinha visto numa revista e o vendedor arregalou as sobrancelhas e arrotou: “we don’t sell toys(não vendemos brinquedos)”. Tudo pq o fabricante era a Nintendo. Comprei a bateria noutro lugar, toquei até a exaustão da vizinhança e fui mto feliz com ela.

Voltando ao assunto Pokemon Go, semana passada estava numa lancheria quando o garçon, aparentando uma origem muito humilde, enfiou a cara pra ver a foto do Pokemon que meu caçula havia capturado. Não só reconheceu o dragãozinho assaltante, como disse que estava atrás dele há horas. Ou seja: chegamos ao ponto em que moradores da periferia, com pouco acesso a estudo, conseguem estar mais bem informados sobre assuntos transmitidos através das mídias sociais que os profissionais da mídia tradicional. 

Todos eles? Claro que não. Semana passada o repórter Jorge Pontual fez a coisa básica em uma reportagem: baixou o jogo e saiu a campo para capturar Pokemons. E seu boletim começou dizendo que já tinha capturado 3, mas na segunda Pokebola virtual já estava viciado. No domingo o cansástico estendeu o assunto e, somente os colegas muito preguiçosos permaneceram desinformados sobre o tema.

Só pra alertar esses meus queridos colegas: os jovens brasileiros não precisam esperar pelo lançamento do jogo oficial no Brasil. A partir do segundo dia do lançamento internacional Pokemon Go já era jogado nas ruas brasileiras, pois a gurizada sabe baixar aplicativos de smartphones inibindo a origem da emissão. Casualmente são os mesmos programas que permitem seguir usando WhatsApp quando algum magistrado tupiniquim insiste nessa bobagem de bloquear o uso da ferramenta utilizada por mais de 100 milhões de brasileiros. 


Nesse mercado, só fica esperando liberação e autorização pra usar aplicativos “online”, quem viu o trem passar e ficou piscando.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Vergonha na Cara

Uma das grandes cadeias de lojas de conveniência norte-americanas, a 7 Eleven, acaba de chegar às manchetes das publicações sobre assuntos econômicos por um motivo difícil de acreditar, ao menos para nós brasileiros. O CEO da empresa, o japonês Toshifumi Suzuki, de 83 anos, considerado a grande locomotiva do setor dos mini-mercados, pediu demissão. Até aí seria normal, não fosse ele deixar claro a razão que o levou a chegar a tal decisão: VERGONHA! 
Isso mesmo; um dos empresários mais poderosos e de maior prestígio do planeta pediu pra sair do comando da mega-corporação que comandava, porque foi passado pra trás por um concorrente do mundo dos negócios, numa transação interna do conselho de acionistas da empresa. 
Nas palavras de Suzuki: “…minha falta de virtude me deixou insuportavelmente envergonhado”. Pura e simplesmente isso. Uma pessoa detentora de um poder inimaginável à maioria dos mortais, morreu de vergonha, já que sair de cena aos 83 anos é um evidente suicídio de carreira.
Ainda tem gente neste nosso mundo que, independente do poder e da grana que amealhou, sente vergonha e considera indigno seguir no comando por não se achar merecedor do cargo.
Que inveja dos acionistas da 7 Eleven!

quarta-feira, 6 de abril de 2016

Estamos Em Obras

Lembram dessa plaquinha espalhada pelos 4 cantos do país nos tempos do Milagre Econômico? Claro que não… a maioria de vocês nem estavam nos planos de seus pais naquela época. Mas via-se muito essa plaquinha. Pois ela está aqui em casa, por força de uma reforma no banheiro.

Para fazer uma reforma são necessárias duas coisas básicas; ter claro um objetivo sabendo o que precisa ser feito e capacidade financeira para realizar a obra. Partindo dessas premissas, vai-se ao mercado descobre-se o valor dos materiais a serem utilizados, pede-se 3 orçamentos a profissionais capazes de executar a obra, faz-se as contas e toca-se a obra dentro das possibilidades do momento.

Entre as variáveis fixas e previsíveis, estão os preços de insumos e materiais. Entre as variáveis ocasionais estão os atrasos forçados pelas faltas dos prestadores do serviço contratado por uma eventual greve no transporte público da sua cidade. Mas existe um tipo de variável que é IM-PON-DE-RÁ-VEL e, por isso, além do planejamento e da capacidade financeira, é bom saber orar quando se faz uma obra. Pois somente com o apoio de forças além do nosso conhecimento, pode evitar ou driblar o imponderável.

Ontem, por exemplo, precisei sair no meio da tarde para buscar materiais que estavam faltando. Fui até uma loja de ferragens numa avenida aqui da Zona Sul de Porto Alegre e, enquanto manobrava o carro na calçada em frente à loja, tive o cuidado de deixar passar um pedestre antes de estacionar. Quando encerrei a manobra e finalmente adentrei o estabelecimento, aquele mesmo indivíduo já estava de saída e me cumprimentou ao cruzar por mim, caminhando tranquilamente rumo à rua. Pois eu, quando chego próximo aos atendentes da loja, reparo que estão todos transtornados, 2 deles chorando inclusive, em especial a menina do caixa. Eles acabavam de ser assaltados por aquele elemento…

Não consegui efetuar minhas compras. O trauma impediu os vendedores me atenderem. O imponderável havia me atingido e, por uma dessas estranhas e adoráveis forças que conspiram a nosso favor, perdi alguns segundos a mais na calçada e cheguei atrasado ao infortúnio. Saí ileso e sem prejuízos, rumo a outra loja onde pudesse fazer minhas compras.

Lembre-se sempre do poder desta variável chamada “O Imponderável”. Ela pode ser a diferença entre a aniquilação repentina do seu projeto. Lembre-se de rezar para que ele não o atinja. Isso pode ser o diferencial que vai mantê-lo vivo para concluir sua obra.

É isto. Já que não temos segurança neste país em que vivemos, só nos resta rezar..!

quinta-feira, 17 de março de 2016

A Hora do Tudo Ou Nada

Ele passou toda uma vida construindo seu momento de sucesso. Trabalhou nos meandros escuros e frequentou do submundo até salões mais iluminados pelos holofotes da mídia e da ribalta. Depois de uma longa jornada, descobriu o caminho definitivo do sucesso e apostou todas suas fichas nisso. Bancou o jogo, como se diz e assumiu seu lugar ao sol conquistando a atenção do mundo todo, para o trabalho que fazia. 
Quis aproveitar e deleitar-se dos frutos e louros da vitória. Então convenceu uma mulher de confiança a assumir suas funções neste sucesso por ele construído. Mostrou a esta pessoa o quanto ela precisava investir e como deveria ocupar aquele espaço e foi desfrutar a doçura estupefaciente do hidromel que só há no nirvana.
Ela, por sua vez, usou do pragmatismo feminino para, não apenas dar sequência às conquistas do antecessor, mas passou a dirigir o projeto com mão firme e estilo próprio. Talvez não percebesse, ela, que o enredo ao mesmo passo que engrandecia sua personagem, a empurrava para uma encruzilhada quase intransponível. Eis que, embretada e sem saída, decreta que a aposentadoria planejada de seu criador tinha de ser abortada e que, somente juntos eles podem enfrentar todo o arcabouço amealhado por seus opositores, dentro desse enredo.
A esta altura vocês já devem ter percebido que estou falando de Kevin Spacey, que produziu e bancou o personagem Frank Underwood e o sucesso mundial do seriado House of Cards, exibido pela Netflix e de Robin Wright. Ele foi o grande articulador, além de produtor que conduziu as 3 primeiras temporadas, sabendo trazer Beau Willimon -articulador do universo político que entre outros já assessorou Hilary Clinton- para dar a realidade e credibilidade necessárias à série.
Robin Wright não apenas deu vida e personalidade a Claire Underwood, que acrescentou à Casa Branca um charme que não possui desde Jakie Kennedy. Foi ela, que entendendo o sucesso e a sugestão de Spacey, bancou a 4ª temporada da série. Não apenas produziu a temporada, mas dirigiu episódios. Com isso mudou completamente o padrão de enquadramentos e iluminação, na tentativa de transformar Claire em personagem principal da trama.
Terminei de assistir todos os episódios da 4ª temporada e evitarei “spoilers”, dizendo apenas que a bagunça criada foi tão intensa que ela teve de chamá-lo de volta ao protagonismo e juntos vão para o tudo ou nada.
Pensaram que eu estava falando do quê?