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quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Ser Ou Não Ser Interesseiro?

    Tudo o que fazemos é movido a interesse. Quando vemos uma pessoa que nos atrai fisicamente, corremos atrás pelo interesse em ficar perto dela. Quando descobrimos uma profissão atraente, estudamos o que for necessário até nos qualificarmos para a exercer. Se desejamos uma residência específica, com aqueles detalhes que nos fazem sentir mais conforto, deixamos que o interesse nos mova até juntarmos os valores que nos permitam lá residir. Ao vermos imagens de um lugar que mexe com nosso imaginário, passamos um ano inteiro correndo atrás da poupança que nos habilite passar as férias lá. Isso é ser interesseiro?

    Não, claro que não. Querer estar com uma pessoa pelos hormônios ou fantasias que ela movimenta em nós, não é a mesma coisa que fazer isto pensando em grana, status ou poder. Claro, se os seus valores incluem essa parte, então você não sentirá impedimento ético em agir assim. Muitas vezes, até, pode casar a fome com a vontade de comer, como diz o jargão popular. Afinal, quem pensa longe pode ter o direito de incluir essa ambição dentro de uma conduta ética, sem fazer mal a quem quer que seja, fazendo o bem a si mesmo e provocando uma onda benigna em torno de suas realizações.  É o princípio de "os fins justificam os meios". Um conceito difícil de explicar fora da maldade. A política e as novelas de TV estão repletos de exemplos de como isso pode gerar o mal.

    Ninguém é obrigado a mentir para obter aquilo que sonha, até porque a mentira tem perna curta -e hj se diz que língua presa e 9 dedos- nem moldar a verdade para conquistar seus objetivos. Não é feio nem proibido ser ambicioso, assim como não é obrigatório ser do mal e agir com maldade para atingir essas metas. Pode-se facilmente encaixar esta atitude dentro do conceito moral judaico-cristão de "não farei aos outros aquilo que não quero que façam comigo" e lutar por conquistar aquilo que se almeja sem maltratar os outros. Peguemos  exemplo do fazendeiro rico que tem apenas uma filha mulher, ou filho artista, que não demonstra qualquer afinidade com a lida de produtor rural. Necessita de uma pessoa que auxilie a manter, ou ampliar, o patrimônio da família. Alguém vai ocupar este espaço, mas não precisa ser "do mal" e pode sim, exercer a função com alegria e causando o bem.

    O mesmo pode acontecer com um político, um advogado ou até mesmo um marqueteiro. Nenhum deles é obrigado a trilhar o caminho torto. Claro que não há monges nestas profissões, mas tampouco não existe certeza de ética ilibada entre clérigos das mais diversas religiões. Pura e simplesmente porque o ser humano é imperfeito, comete erros. O problema começa quando os erros de conduta passam a ser a rotina de uma conduta. De resto, pensamentos leves e desejos possíveis, podem sim serem conduzidos por interesses, sem que isso conduza o praticante ao inferno.

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